Sempre....no meu cantinho... pensando..... pensando...... então começo com meus..... dedos... palavras..... palavras.....vou dedilhando...
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
CHUVA
Você começa mansinho,
Vem encharcando meu cantinho.
Depois se torna insistente,
Molhando o teto da gente.
Oh, chuva, não estrague meu jardim,
Nem tire estas flores de mim!
Pensando bem, isso pouca importância tem.
A flor nasce de novo,
Mas a casa de meu povo?
E o berço da criança,
Que ainda está na fiança?
Oh, chuva, conta pra gente,
Isso tudo começou de repente?
Ou há muito vem avisando
Que a natureza estamos definhando?
Por que tantos sua falta padecem,
Outros com sua chegada estremecem?
Oh, chuva, por mim tão aclamada,
Vague por outra estrada!
Cujo solo árido lhe espera,
Como se fosse quimera.
Tire deles o abandono,
De-lhes mais noites de sono.
Oh, chuva, tão indispensável,
Não seja imensurável!
Aqui a gente suporta
Que chegue meia e volta,
Mas o pobre da favela
Que precisa fazer pinguela?
Oh, chuva, de uma volta a mais,
Pois pra você tanto faz!
Se no mar vai desaguar
E salgada vai ficar.
Muitos vão te agradecer
Preces e prendas oferecer.
Oh, chuva, preces de quem precisa,
Por que fica tão indecisa?
Famílias perdem seus entes
E você continua indiferente,
Às vítimas de sua corrente.
Acabam ficando descrentes...
Oh, chuva, acalma teu coração,
Do homem aceite o perdão!
Eu sei, não depende de você
Essa água poder conter.
Foi o homem, incrédulo da ciência,
Sabendo, não tomou consciência!
Oh, chuva, o que podemos fazer,
Para de seu bem merecer???
(Mel 11/01/2011)
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