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sábado, 31 de janeiro de 2015

DONDE EU VIM? CAPÍTULO VI



Donde eu vim?

CAPÍTULO VI

Antes da fase das bonecas, eu praticamente só brincava com meninos, sempre assessorada por meus irmãos, dois de idade acima, dois de idade abaixo. Não me lembro de meninas à minha volta naquela época, havia poucas, e moravam em sítios mais distantes.
Meus brinquedos e de meus irmãos, se limitavam a carrinhos feitos com restos de tábuas, serradas às escondidas, com o serrote de meu pai. As rodinhas , improvisadas com latinhas, muito bem enchidas e tampadas, restos de arame, alguns pregos achados enferrujados e desentortados com martelo... Na confecção eu não participava muito, só quando pronto.
Lá estava eu a brincar com a molecada, descida abaixo...
As bolas de futebol eram feitas com meias velhas, já furadas, de nosso pai. Eram enchidas com retalhos guardados por minha mãe. Amarradas com barbante, até ficarem redondinhas e bem firmes e prontas.
Lá estava eu atrapalhando as peladas de meus irmãos...
Só os deixava, quando minha mãe me chamava para escolher feijão, ou então, para cuidar de minha irmãzinha ainda bebê, a fim de que ela pudesse realizar seus afazeres domésticos, que não eram poucos. (Que vida a da minha mãe, imagino hoje!)
Bolhas de sabão era um dos meus preferidos. Fazíamos com talos de folhas de mamão como canudos e sabão caseiro, aquele feito nos tachos. Quem engolia um pouco daquela água caía fora da brincadeira. Isto tudo era feito longe das vistas de minha mãe, porque usar o sabão dela era desperdício.
E eu estava lá a fazer bolhas de sabão com os meninos...
Brincávamos muito de “guerra”, influência dos casos que meu pai contava sobre a segunda guerra mundial, noticiada na época, pelo único rádio que havia na redondeza. Nossas armas eram as sementes de santa bárbara, uma árvore frondosa e que produz muitos cachos de bolinhas verdes e durínhas, que quando acertavam na gente doía que só.
Lá estava eu, entre os meninos a atirar as tais bolinhas com minha mão canhota traiçoeira....
Mas havia uma brincadeira que era exclusiva dos garotos. Ah, quando me recordo ponho me a rir!
Meus irmãos e seus amigos, gostavam de ficar horas a fio brincando no porão de nossa casa. O porão era aberto. A casa de madeira era construída em cima de alicerces feitos de toras, cortadas milimétricamente corretos e aterrados ao solo, pela metade, ficando o restante servindo de suporte. Era um lugar fresquinho e arenoso, bom para brincar.
Ali debaixo era onde os meninos faziam suas brincadeiras secretas. Uma delas era modelar com as mãos, um punhado de areia no chão, colocar o cotovelo bem no centro de modo a formar uma conchinha. Pasmem! Faziam xixi bem devagarinho na conchinha, sem desmanchá-la. Era uma vitória!
Onde eu entro nesta história? Inocente como quê, eu também queria fazer minha conchinha. Até o ponto do cotovelo, dava tudo certo, mas na hora do xixi...aí, eu como era menina, estragava tudo e a molecada me punha pra correr dali...tsic...
Tinha por volta de meus cinco anos, mais ou menos e nessa brincadeira nunca mais me deixaram participar; muito menos meu pai e minha mãe jamais souberam disso, senão era surra na certa. Santa inocência a minha!
O fato de eu ter sido a única menina entre meus cinco irmãos ( minhas duas irmãs nasceram bem depois), fez com que eu convivesse muito com eles e, consequentemente, cometesse muitas travessuras deliciosas...
Onde estivessem meus irmãos lá estava eu, como se moleque eu também fosse...
mel - ((*_*))

Um comentário:

  1. Já tinha lido tudo. Gosto muito da série "de onde eu vim". São histórias gostosas de se ler. Você é boa de prosa e tem uma vida rica de assuntos interessantes.

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