>/marquee>

domingo, 17 de outubro de 2010

AUSÊNCIA

  
      Uma semana toda livre como um passarinho´!. Bom... nem tão livre assim...

      As obrigações e atribulações diárias, que todos temos para com nossa  casa, com os que convivemos  e com nós mesmos continuaram. Porém um fato inédito ocorreu, e  mudou minha rotina doméstica, drásticamente.  Meu filho, Eduardo, de quem já falei, pela primeira vez viajou com seu irmão. Foi na fazenda, passar uma semana. E eu fiquei em casa, sem sua presença constante, nem diária nem noturna, que o caso dele exige.
      No primeiro dia correu tudo normal,, tive que sair, compromissos já marcados, enfim, o dia todo ocupada.  No segundo dia, feriado...Dia da Criança. Fomos ao clube almoçar, eu e meu marido. Sem meu filho a tiracolo.  
      Sensação de liberdade!
      Tinha que me preocupar apenas com o meu bem estar, só com  o que eu queria comer e beber. Até me atrevi a pegar um algodão doce! Liberdade para observar os outros, as pessoas se divertindo, outras crianças brincando num anexo destinado a elas, com palhaços, marabaristas e música infantil ao vivo. Voltamos pra casa, um cochilo tranquilo. Não havia motivo para preocupação. Afinal, éramos só nós dois, meu marido e eu...
      No terceiro dia, abateu-me uma certa preguiça, uma moleza no corpo. Era quarta-feira, dia que,  religiosamente, saio com este meu filho especial,  pela manhã, sempre inventando um lugar para passear, depois passar numa rotsseria, tomar um refrigerante, pegar uma comida pronta para o almoço e até mesmo arriscar uma entrada no supermercado com ele, o que não é uma tarefa fácil, mas que eu já "tiro de letra".
      Nesta quarta-feira eu não precisava fazer isso. Ao invés de me alegrar e programar algo independente, veio aquela sensação de vazio...Fiquei em casa o dia todo. Um pouco na internet,  hora assistindo televisão ou tentando recomeçar um livro, cujo marcador insistia em desaparecer.  O silêncio no interior da casa, começava a me incomodar.  
      Na quinta-feira, providenciei almoço para meu filho mais novo, sua mulher e meu netinho.Almoço em família, quer dizer, parte dela. Foi bom!
      Cheguei até a pegar um cineminha com meu marido à noite. Fato que não ocorria há muitos`anos. Quando chegamos em casa, imediatamente, fui ao quarto de meu filho, verificar se estava tudo certo. Um hábito necessário, mas que faço, quase que mecanicamente, devido o passar dos anos.  Senti um calafrio, quarto vazio, silêncio total... Tola, pensei, esqueci que ele não se encontrava em casa.
      Sexta-feira, novamente aquele desconforto, sem vontade de sair, desmarquei a manicure. Saí para comprar o estritamente necessário, nada de shopping, nada de almoçar com amigas. Voltei logo para o meu cantinho. Tentei dormir, mas sem êxito. O dia não passava! À noite, meu marido saiu para uma reunião. Passado algumas horas, me dei conta de que estava literalmente sosinha. Senti falta, por incrível que pareça, do ronco de meu filho, que tantas vezes me incomoda e  tira meu sono.
      Sábado, uma expectativa tomou conta de mim. Fiz gelatina, bolo de milho, arrumei o quarto dele. Tudo  na mais perfeita ordem, como se eu fosse receber uma visita, a qual queria agradar muito.
      Exatamente às cinco horas da tarde ele chegou, entrou correndo casa a dentro, foi tomar banho, dando seus gritos de sempre. Passou por mim, sem nem mesmo me olhar...sem nem mesmo me abraçar...E eu ali, parada, coração aos pulos, concluindo que não sei viver sem ele...
  
  

2 comentários:

  1. Querida Amiga!
    Realmente amor de mãe é infinito e não pede nada em troca!!!!!!!
    Sua relação com o Dudu é comovente!!!
    Muito lindo o vc escreveu!!!
    Bjs.

    ResponderExcluir
  2. Muito comovente, Melania. Amor verdadeiro, que não cobra e não exige retribuição.

    ResponderExcluir